Rápido,
não há tempo a perder. Mas vamos com calma, que o que passou, passou e não tem
volta.
Antigamente,
nos tempos primordiais, bem antes dos tempos das nossas avós, a passagem dos
dias, das horas e dos minutos tinha uma importância insignificante. Era tempo
de viver – ou melhor, de sobreviver, nada em comum com a ‘Era de Ouro’. Porém,
com o passar do tempo, as coisas começaram a apressar-se. Provavelmente, foi lá
pela Grécia Antiga que o tempus fugit
ganhou suas asas. E os boatos não mudaram de lá pra cá.
Mas
voltemos ao presente. O mundo diminuiu com o corte do tempo, cicatriz que hoje
chamamos de ‘ano’; e para piorar, acorrentamo-nos aos relógios. Relógios de
parede, de pulso, de mesa, de cabeceira, de tudo! Digitais ou analógicos, de
todas as formas ou tamanhos para não ter ninguém que fique o tempo todo a
reclamar.
Os
segundos teimam a passar nos últimos instantes e as horas voam quando não
devem. Fizemos um instrumento de tortura do pior tipo: o imprevisível que
achamos que é previsto. Pois não é possível entender porque as horas de
profunda tristeza arrastam-se pela eternidade; nem compreender a razão dos
momentos de júbilo desaparecerem no passado e o tédio estender-se pelo futuro
interminável; e muito menos raciocinar em um momento de um beijo: quando não
sabemos se foram segundos ou milênios.
Às
vezes, uma eternidade pode durar apenas um segundo.
Uma
corrente pode ser uma cobra a se mover pelas suas próprias leis.
Mas,
com licença que tenho pressa, vou assistir a um pôr-do-sol. Haja tempo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário